René Descartes

 

Como já mencionado em publicação anterior, falamos sobre as atitudes que nos ajudam. Nessa aula fazermos a análise (leitura) fundamentada em René Descartes, filósofo francês, que  buscou investigar sobre o ato de duvidar e acabou chegando ao "Penso, logo existo". Como será que ele chegou a esta conclusão? Vejamos pelos textos:

1) 

Há algum tempo que eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão muito duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse  estabelecer algo firme e de constante nas ciências. [...] não é necessário que examine cada uma [opinião] em particular, o que seria um trabalho infinito; mas, visto que a ruína dos alicerces carrega necessariamente consigo todo o resto do edifício, dedicar-me-ei inicialmente aos princípios sobre os quais todas as minhas opiniões antigas estavam apoiadas (DESCARTES, Meditações, p. 17)


2) 

[...] jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espirito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida (DESCARTES,  O Discurso do Método, p. 37).


3) 

Tudo o que recebi, até presentemente, com o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos sentidos ou pelos sentidos; ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em que já nos enganou uma vez (DESCARTES, Meditações p. 17-18)


4) 

Mas, ainda que os sentidos nos enganem às vezes no que se refere às coisas sensíveis e pouco distantes, encontramos talvez muitas outras das quais não se pode razoavelmente duvidar, embora as conhecêssemos por intermédio deles; por exemplo, que eu esteja aqui, sentado junto ao fogo, vestido com um chambre, tendo este papel entre as mãos e outras coisas desta natureza. E como poderia eu negar que estas mãos e este corpo sejam meus? (DESCARTES, Meditações, p. 18).


5) 

[...] a Aritmética, a Geometria [...], que não tratam senão de coisas muito simples e muito gerais, sem cuidarem muito em se elas existem ou não na natureza, contêm alguma coisa de certo e indubitável. Pois quer eu esteja acordado, quer eu esteja dormindo, dos mais três formarão sempre o número cinco e o quadrado nunca terá mais do que quatro lados; e não parece possível que verdades tão patentes possam ser suspeitas de alguma falsidade ou incerteza;[...]. Todavia, há muito que tenho no meu espírito certa opinião de que há um Deus que tudo pode e por quem foi criado e produzido tal como sou. Ora, quem me poderá assegurar que esse Deus não tenha feito com que não haja nenhuma terra, nenhum céu, nenhum corpo extenso nenhuma figura, nenhuma grandeza, nenhum lugar e que, não obstante, eu tenha os sentimentos de todas essas coisas e que tudo isso não me pareça existir de maneira existir de maneira diferente daquela vezes os outros se enganam até nas coisas que eles acreditam saber com maior certeza, pode ocorrer que Deus tenha desejado que eu me engane todas as vezes em que faço a adição de dois mais três, ou em enumero os lados de um quadrado, ou em que julgo alguma coisa fácil do que isso (DESCARTES, Meditações, p.19) .

6) 

Suporei, pois, que há não verdadeiro Deus, que é a soberana fonte de verdade, mas certo gênio maligno, não menos ardiloso e enganador do que poderoso, que empregou toda a sua indústria em enganar-me. Pensarei que o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons e todas as coisas exteriores que vemos são apenas ilusões e enganos de que ele serve para surpreender minha credulidade. Considerar-me-ei a mim mesmo absolutamente desprovido de mãos de olhos de carne de sangue, desprovido de quaisquer sentidos, mas dotado da falsa crença de ter todas essas coisas (DESCARTES, Meditações, p.20).


7) 

Eu então, pelo menos, não serei alguma coisa? [...] Mas há algum, não sei qual, enganador toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há, pois, a dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa (DESCARTES, Meditações, p. 23-24).


8) 

[...] enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como principio da Filosofia que procurava (DESCARTES, Discurso do Método, p. 46).


Após o estudos  dos textos solicite exercite a interpretação preenchendo o quadro: Trello: https://trello.com/invite/b/hdMKs93a/8fa7eb76274935fcceb49f0e7b3b6c00/filosofia-tarefas

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